O mercado de inovação para carros é muito aquecido, todos os dias novas pesquisas e novas tecnologias são apresentadas ao público, e marcam presença em concessionárias e loja de artigos para carros, motivo de excitação para aqueles apaixonados por veículos.
Uma questão que virou prioridade para as grandes empresas de tecnologia automotiva, é a possibilidade de criar opções de carros amigos do meio ambiente, que tragam impactos positivos para melhorar a qualidade de vida das pessoas e sua relação com a natureza, já que é cientificamente comprovado que a intensa emissão do CO2, é um dos causadores do efeito estufa, grande vilão do aquecimento global.
Provavelmente você já ouviu falar dos carros híbridos, aqueles que combinam um motor a combustível convencional com outro movido à eletricidade e prometem ser uma opção mais econômica e menos poluente.
Desde sua criação, eles são vistos como uma alternativa sustentável, mas pesquisas recentes vem mostrando que a emissão de carbono por esses carros são maiores do que o anunciado pelo fabricante.
Se você tem interesse em conhecer mais sobre este assunto, continue conosco e entenda o que está por trás disso tudo.
O alerta da ZERO
Estudos apontam que os automóveis híbridos plug-in, que devem ser conectados a uma tomada para carregar o motor elétrico, emitem tanto ou mais dióxido de carbono do que os carros convencionais. Este alerta foi feito pela associação ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável, que divulgou este ano de 2020 o resultado dos estudos realizados pela Federação Europeia de Transportes e Ambiente.
Para um carro ser considerado sustentável, e poder ser comercializados com o selo verde, ele deve atender a alguns pré requisitos, e o principal deles é emitir baixas ou nenhuma concentração de dióxido de carbono.
Esses estudos comprovam que os híbridos plug-in, anunciam uma sustentabilidade que não existe na realidade. O que reforça o caráter de “fachada” das empresas que ganham um mercado cada vez mais crescente no mundo inteiro, fazendo propaganda de produtos que não cumprem as metas e finalidades exigências.
Os testes realizados
Os testes realizados pelo estudo anunciado pela ZERO, utilizaram-se como base para as análises as condições reais de utilização de três veículos mais vendidos na Europa em 2019 – a BMW X5, um Mitsubishi Outlander e um Volvo XC60.
A conclusão dos testes apontou que mesmo em condições mais ideais, com os carros sendo utilizados da melhor e mais moderada forma possível, com as baterias totalmente carregadas, as emissões de CO2 são, ainda assim, 28% à 89% superiores às contabilizadas.
Quando utilizados em modo convencional, empregando combustível como a gasolina, para fazer funcionar o motor à combustão, esses carros emitem de 3 a 8 vezes mais dióxido de carbono do que o anunciado oficialmente.
No caso do uso do veículo em modo 100% elétrico, com a bateria totalmente carregada para a realização de viagens, o que na maioria das vezes não acontece, principalmente porque grande parte dos proprietários de carros híbridos não tem o hábito de recarregá-los, ainda assim, com a utilização nas estradas, acelerações maiores e transporte de passageiros, a autonomia é sempre inferior a 75%, diferente do que é publicado, correspondendo a apenas 11km.
Rodar por 11 Km, em modo elétrico, nas condições mais adequadas, quer dizer que na prática, o uso do motor a combustão é um recurso usado constantemente, demonstrando como são irreais os testes oficiais e como a emissão de CO2 é muito maior
Se o motor à combustão for utilizado para recarregar as baterias, o que acontece com muita frequência, as emissões de CO2 são 12 vezes maiores do que os fabricantes e os testes de fábrica revelam.
Benefícios fiscais e subsídios
O grande problema apontado pela ZERO, é que esses veículos, vistos como amigos da natureza, são vendidos e apoiados com dinheiro público e os compradores recebem largos incentivos fiscais, como o Imposto sobre Veículos (ISV), o Imposto Único de Circulação (IUC) e as tributações obrigatórias pagas por empresas.
A associação denuncia que esses veículos, que não são o que prometem, tenham recebido subsídios indevidos, calculados em pelo menos 43 milhões de euros. Um valor incrível oferecido a uma tecnologia que não é verdadeiramente sustentável.
Levando em consideração os dados do estudo, a intenção da ZERO é fazer com que esses esses benefícios estatais sejam progressivamente eliminados e sejam reservados aos veículos 100% elétricos e ao subsídio a pesquisas e tecnologias que de fato tenham compromisso com o selo sustentável.
A ZERO entende e deixa claro que, os estudos e caminhos para a transição energética deve favorecer em primeiro lugar o transporte público, e depois os veículos 100% elétricos. Para ela, os híbridos plug-in tem um papel menor nessa transição, e não devem ser foco prioritário de atenção e de verbas, pois eles só serão uma tecnologia compatível com as propostas e desígnios ambientais quando proporcionarem uma autonomia real quando estiverem em modo elétrico.